|Estreias| Clássico do cinema nacional, 'Iracema - Uma Transa Amazônica' restorna aos cinemas em versão restaurada
Após celebrar 50 anos em 2024 e ser exibido na Biennale 2025, clássico de Jorge Bodansky e Orlando Senna ganha data de estreia para 17 de junho.
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'Iracema - Uma Transa Amazônica' / Gullane
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A versão restaurada da obra semidocumental IRACEMA - UMA TRANSA AMAZÔNICA, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, ganha data de estreia nos cinemas: 17 de julho e será distribuída no Brasil pela Gullane+. Restaurado na Alemanha, o processo contou com a coordenação técnica de Alice de Andrade e com o apoio do CTAV, Mnemosine, IMS, PUC Rio, Instituto Guimarães Rosa e da Cinemateca Brasileira.
Lançado originalmente em 1974, IRACEMA - UMA TRANSA AMAZÔNICA é um drama documental que combina realidade e ficção para narrar os impactos sociais e ambientais da construção da Rodovia Transamazônica. A história acompanha Iracema (Edna de Cássia), uma jovem de 15 anos que, ao chegar a Belém para o Círio de Nazaré, é tragada para a prostituição e passa a viajar com o caminhoneiro Tião Brasil Grande. Enquanto ele encarna a crença no progresso prometido pela ditadura militar, ela representa os marginalizados dessa época, em uma trama que denuncia as consequências da exploração na Amazônia.
O cineasta Jorge Bodanzky conta um pouco sobre o que significa relançar o filme restaurado nas salas de cinema: “retratar a Transamazônica, de maneira realista, em 1974, representou um grande risco. As consequências foram anos de censura e de luta incessante para fazer o filme chegar? ao público a que sempre se destinava. IRACEMA mostra, hoje, uma realidade que permanece tão urgente, senão mais, quanto o era na época, quando a estrada ainda simbolizava um sonho do ‘Brasil grande’”.
Proibido no Brasil até 1981, o filme entrou para a lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). IRACEMA - UMA TRANSA AMAZÔNICA completou 50 anos em 2024 e teve uma exibição comemorativa no Festival do Rio.
Além de sua relevância histórica, o filme coleciona prêmios importantes: Festival de Brasília 1980 (Melhor Filme, Melhor Atriz para Edna de Cássia, Melhor Atriz Coadjuvante para Conceição Senna e Melhor Edição para Eva Grundman e Jorge Bodanzky); Associação de Críticos Cinematográficos de Minas Gerais 1978 (Melhor Filme do Ano em uma mostra de filmes proibidos); e conquistas internacionais como o Prix George Sadoul (Paris), Adolf Grimme Preis (Alemanha), Encomio Taormina (Itália) e o Prêmio Especial no Festival de Cannes pelo Reencontre Film et Jeunesse.
Agora com a distribuição da Gullane+, o lançamento buscará resgatar a memória de um filme e sua contemporaneidade tão importante para a nossa cinematografia.