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|Mostras| Cinemateca Brasileira homenageia documentaristas brasileiras com 'Mostra 7 Décadas de História'

|Mostras| Cinemateca Brasileira homenageia documentaristas brasileiras com 'Mostra 7 Décadas de História'

São 34 títulos, realizados entre a década de 1960 e os dias atuais por 14 diretoras brasileiras, a serem apresentados de 30 de maio a 08 de junho.

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'TEKO HAXY - SER IMPERFEITA' (2018), de Patrícia Ferreira Pará Yxapy e Sophia Pinheiro

 

Entre os dias 30 de maio e 8 de junho a Cinemateca Brasileira homenageia 14 diretoras documentaristas brasileiras. A mostra reúne filmes feitos entre a década de 1960 e os dias atuais, realizados por cineastas de diferentes regiões do Brasil. A seleção evidencia a riqueza estética e a potência poética das contribuições das mulheres ao cinema documental, destacando a diversidade de vozes e abordagens que marcaram – e seguem marcando – esse campo do audiovisual.

Se, como afirmou a montadora Vânia Debs, a história do cinema brasileiro é, em grande medida, a história dos filmes de ficção, é no documentário que as cineastas brasileiras encontraram, historicamente, um espaço mais amplo para criação e expressão. Com foco nesse gênero, a mostra apresenta obras fundamentais para compreender o cinema realizado por mulheres no Brasil, combinando títulos consagrados com filmes que vêm sendo redescobertos e valorizados nos últimos anos.

O público terá a oportunidade de assistir a A entrevista (1967), marco do cinema brasileiro moderno e da primeira geração de documentaristas brasileiras. O primeiro curta dirigido por Helena Solberg – cineasta com carreira expressiva, composta por quinze documentários e duas ficções – será exibido ao lado de seu trabalho mais recente, Um Filme para Beatrice (2024), em que revisita sua trajetória cinematográfica à luz das lutas feministas no Brasil. A programação traz três sessões dedicadas à diretora.

Outras cineastas que, como Solberg, iniciaram suas carreiras durante a ditadura civil-militar estão presentes na mostra. Entre elas, Eunice Gutman, cuja filmografia, marcada por um viés declaradamente feminista desde os anos 1980, será representada por quatro curtas realizados ainda sob o regime ditatorial. Os filmes abordam temas sensíveis e polêmicos, como o aborto, as performances de gênero e a participação das mulheres na política.

A curadoria também inclui uma sessão de curtas de Norma Bahia Pontes e Rita Moreira, pioneiras no uso do vídeo nos anos 1970 e na abordagem aberta e sem tabus da lesbianidade. Um dos pontos altos desta sessão é a exibição inédita da nova cópia digital de Bahia Camará (1968), filme que permaneceu por décadas inacessível ao público. Será também a estreia das novas cópias de três curtas da paraibana Vânia Perazzo recém digitalizados pelo Cine Limite. Já a pernambucana Kátia Mesel, autora de mais de 300 obras – majoritariamente documentais – terá sua produção representada pela cópia restaurada de Recife de Dentro pra Fora (1997), uma adaptação audiovisual do poema homônimo de João Cabral de Melo Neto, que revela o olhar poético e singular da diretora sobre a capital pernambucana.

A mostra propõe um diálogo entre a primeira geração de diretoras – em sua maioria ainda em atividade – e cineastas mais jovens, cujos trabalhos vêm renovando a linguagem do documentário e conquistando destaque em circuitos internacionais. É o caso de Maria Augusta Ramos e o seu premiado longa Justiça (2004), que será exibido em 35mm. Outro destaque é Racionais: das ruas de São Paulo pro mundo (2022), de Juliana Vicente, que se tornou um dos filmes mais assistidos no streaming no Brasil e será exibido na tela externa da Cinemateca, antecedido pelo seu curta As Minas do Rap (2015).

Um traço marcante dos documentários contemporâneos é o borramento das fronteiras entre quem representa e quem é representado. Muitas das diretoras tornam-se personagens de seus filmes, construindo narrativas pessoais e íntimas. É o caso de Tila Chitunda, diretora e produtora pernambucana, filha de pais refugiados angolanos. A partir de um olhar sensível sobre a memória e a trajetória de sua família, sua obra aborda temas como as relações entre África e Brasil, as diásporas negras e o racismo. Outro exemplo é Patrícia Ferreira Pará Yxapy, uma das vozes mais atuantes e reconhecidas no cinema indígena. Seu filme Teko Haxy - Ser Imperfeita (2018), codirigido por Sophia Pinheiro, traz ao público da mostra um encontro íntimo entre as duas cineastas, que se filmam mutuamente, expõem seus conflitos e revelam diferenças e afinidades na justeza de suas imagens.

A mostra Documentaristas Brasileiras: 7 Décadas de História reúne diretoras com sólidas carreiras no campo do documentário. Os 34 títulos selecionados revelam a pluralidade de estilos, temas abordados, origens geográficas e inovações de linguagem ao longo de quase 60 anos de produção documental realizada por mulheres no Brasil. A mostra será acompanhada do curso homônimo, com duas aulas ministradas pelas pesquisadoras e professoras Mariana Tavares e Karla Holanda.

As diretoras incluídas na curadoria são: Eliza Capai, Eunice Gutman, Helena Solberg, Jorane Castro, Juliana Vicente, Kátia Mesel, Lúcia Murat, Maria Augusta Ramos, Norma Bahia Pontes, Patrícia Ferreira Pará Yxapy, Rita Moreira, Susanna Lira, Tila Chitunda e Vânia Perazzo.

A programação é gratuita. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes de cada sessão e o curso terá inscrições prévias pelo site da Cinemateca Brasileira, a partir do dia 19 de maio, às 10h.

CURSO – DOCUMENTARISTAS BRASILEIRAS

Paralelamente à mostra, será oferecido o curso homônimo. Serão duas aulas, 04 e 06 de junho, uma focada na trajetória de Helena Solberg, com a prof. Mariana Tavares, e outra com um panorama geral da produção de documentários por mulheres no Brasil, com a prof. Karla Holanda.

O curso será transmitido ao vivo no Youtube da Cinemateca Brasileira e contará com tradução simultânea em Libras.

Aula 1 - Helena Solberg: trajetória singular de uma documentarista brasileira

04 de junho, quarta-feira, das 17h às 19h.

A aula percorre seis décadas do cinema da diretora brasileira Helena Solberg - duas ficções e quinze documentários - evidenciando os procedimentos que marcam seu estilo autoral como narração autorreferencial; uso da ficção no documentário; elipses; diálogo entre a narração off e a trilha sonora dos filmes; uso de material de arquivo sonoro e imagético e predileção por temas amplos em oposição a individualidade de seus personagens. Características que marcam a singularidade de seu cinema transnacional, realizado entre Brasil, Estados Unidos e América Latina.

Ministrante: Mariana Ribeiro da Silva Tavares

Pesquisadora, professora e documentarista. Foi Professora Visitante no Departamento de Fotografia e Cinema da Escola de Belas Artes, UFMG (2021-2023). É autora do livro Helena Solberg, do Cinema Novo ao Documentário Contemporâneo (É Tudo Verdade/Imprensa Oficial de SP, 2014) fruto de sua tese de doutorado, defendida na UFMG e de capítulos em livros sobre o Cinema Brasileiro - Feminino e Plural (Papirus, 2017) e Curta-metragem brasileiro: 100 filmes essenciais, Ed. Letramento, 2019. É também autora e organizadora dos livros Escola de Belas Artes, UFMG: 65 Anos de Ensino-Aprendizagem em Artes (Ed. Ramalhete, 2024) e Pesquisas em Animação - conexões internacionais – Vols 1 e 2 (em conjunto com Maurício Silva Gino, Ramalhete, 2019 e 2024).

Aula 2 – Das mulheres no cinema brasileiro ao antropoceno

06 de junho, sexta-feira, das 17h às 19h.

Breve panorama do cinema realizado por mulheres no Brasil, a partir de pesquisas dos últimos anos que fizeram filmes e cineastas mulheres emergirem na história do cinema nacional. A partir daí, tendo A entrevista (Helena Solberg, 1964) como relevante marco, interessa-nos pensar sobre quais sentidos podemos extrair dessa recente trajetória de “novas descobertas”, se entendemos que tudo no universo está interconectado. Trata-se de uma proposta metodológica que implica os eventos históricos, não isolando-os em categorias que os aprisionam a alcances redutores, como o que tem acontecido com a categoria “cinema de mulheres”. Diante de modos de viver e pensar desgastados, é também preciso encontrar modos de análise renovados.

Ministrante: Karla Holanda

Professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual (PPGCine) e do Departamento de Cinema e Vídeo, da Universidade Federal Fluminense, é pesquisadora Jovem Cientista do Nosso Estado/Faperj. É organizadora do livro “Mulheres de cinema” (Numa, 2019) e coorganizadora de “Feminino e Plural: mulheres no cinema brasileiro” (Papirus, 2017), dentre outras publicações. É também cineasta, tendo dirigido, dentre outros filmes, “Kátia” (2012).

PROGRAMAÇÃO:

Sexta-feira, 30 de maio

20h - Sessão Helena Solberg 1

A NOVA MULHER (The emerging Woman)

EUA, 1974, 40 min, p&b

Direção: Helena Solberg

Sinopse: O documentário percorre 170 anos de história do movimento feminista nos Estados Unidos e na Inglaterra (de 1800 até 1974), através de diários, manifestos, reportagens, cartas e livros deixados pelas mulheres ativistas. Conta também com fotografias e imagens de arquivo de jornais cinematográficos.

DUPLA JORNADA (The double day)

Brasil | EUA, 1976, 53 min, cor

Sinopse: Filmado em fábricas no México e na Argentina, e em minas na Bolívia e Venezuela, o documentário examina as condições da mão de obra feminina como força de trabalho na América Latina.

 

Sábado, 31 de maio

17h30 - Sessão Helena Solberg 2

RESSURGINDO DAS CINZAS... NICARÁGUA HOJE

EUA, 1981, 60 min, cor/p&b

Direção: Helena Solberg

Sinopse: O documentário examina as realidades humanas e complexidades políticas da vida na Nicarágua após a revolta de 1979 que derrubou a ditadura de Somoza. Os Chavarrias, uma família de seis pessoas, oferecem uma perspectiva pessoal sobre o passado e o presente do país. Seus comentários são acompanhados de imagens de arquivo documentando a presença marinha na Nicarágua de 1912 a 1933, a ascensão do líder rebelde Augusto Sandino, e cenas da sangrenta guerra civil, incluindo o assassinato do jornalista da ABC-TV, Bill Stewart, pela Guarda Nacional de Somoza.

A TERRA PROIBIDA (The Forbidden Land)

Direção: Helena Solberg

EUA, 1988, 58 min, cor, 12 anos

Sinopse: O envolvimento da Igreja progressista brasileira com a luta pela terra e as consequências desta postura junto ao Vaticano.

20h - Sessão Lúcia Murat

O PEQUENO EXÉRCITO LOUCO

Direção: Lúcia Murat, Paulo Adário

Brasil, Nicarágua, 1984, 50 min, cor/p&b, 14 anos

Sinopse: Documentário sobre a guerra civil na Nicarágua e a presença norte-americana no país, desde a década de 30.

OLHAR ESTRANGEIRO

Brasil, 2005, 70 min, cor

Direção: Lúcia Murat

Sinopse: Olhar estrangeiro é um filme sobre os clichês e as fantasias que se avolumam pelo mundo afora sobre o Brasil. Baseado no livro “O Brasil dos gringos”, de Tunico Amâncio, o documentário mostra a visão que o cinema mundial tem do país. Filmado na França (Lyon e Paris), Suécia (Estocolmo) e EUA (Nova York e Los Angeles), o filme, através de entrevistas com os diretores, roteiristas e atores, desvenda os mecanismos que produzem esses clichês.

 

Domingo, 01 de junho

15h30 - Sessão Norma Bahia Pontes e Rita Moreira

BAHIA CAMARÁ

Direção: Norma Bahia Pontes

Brasil, 1968, 16 min, cor, livre

Sinopse: Um retrato das tradições de resistência afro-brasileiras na Bahia e seus enfrentamentos às perseguições e intolerâncias. A história da capoeira vinda de Angola, perseguida e criminalizada por décadas, e transformada mais tarde em esporte e espetáculo nacional. O maculelê, dança guerreira trazida de Moçambique, acompanhada de um alto cantado. Por fim, os terreiros de candomblé - um grito místico de rebeldia.

MÃES LÉSBICAS (Lesbian mothers)

EUA, 1972, 26 min, p&b

Direção: Norma Bahia Pontes, Rita Moreira

Sinopse: Com entrevistas justapostas ao povo fala, as videastas investigam experiências de mulheres lésbicas com a maternidade, em confronto com opiniões do senso comum e de psicólogos, reveladoras da homofobia da sociedade. Exibido no Festival de Berlim, em 1973.

TEMPORADA DE CAÇA

Brasil, 1988, 24 min, cor

Direção: Rita Moreira

Elenco: Zé Celso, Jorge Mautner, Roberto Piva, Cláudia Wonder

Sinopse: Temporada de Caça trata da onda de assassinatos de homossexuais que assolava São Paulo e Rio nos anos 80.

17h20 - Sessão Vânia Perazzo

Sessão apresentada por Glênis Cardoso (CineLimite)

O REINO DE DEUS

Brasil, 1989-1994, 27 min, cor

Direção: Vânia Perazzo, Gueorgui Balabanov

Sinopse: Um culto na Igreja Universal do Reino de Deus.

O PALÁCIO DO RISO

Brasil, 1989-1994, 28 min, cor

Direção: Vânia Perazzo, Gueorgui Balabanov

Sinopse: O filme mostra um circo na periferia de João Pessoa: seus artistas, sonhos e frustrações.

É ROMÃO PRAQUI, É ROMÃO PRACOLÁ

Brasil, 1982, 13 min, cor

Direção: Vânia Perazzo

Sinopse: Romão é um tocador de berimbau que ele mesmo fábrica em suas andanças no brejo paraibano. Percorre as pequenas cidades improvisando no seu instrumento sucessos populares tocados nas emissoras de rádio. Nas feiras livres, roda o chapéu e vai vivendo. Nos sítios, improvisa outros trabalhos.

19h - Sessão Eunice Gutman

SÓ NO CARNAVAL

Brasil, 1980-1982, 12 min, cor

Direção: Eunice Gutman, Regina Veiga

Sinopse: No subúrbio carioca da Penha, o Bloco das Piranhas, formado por homens vestidos de mulher, desfila com fantasias e maquiagens feitas pelas esposas dos participantes. Na Zona Sul, as travestis da Banda de Ipanema provocam críticas e indignação de alguns espectadores.

VIDA DE MÃE É ASSIM MESMO

Brasil, 1983, 18 min, cor

Direção: Eunice Gutman

Sinopse: O direito de escolher entre a maternidade e a interrupção da gravidez através de entrevistas: a mãe solteira operária, estuprada aos 12 anos; a jovem socióloga, mãe de dois filhos; a mulher aos 52 anos, empregada doméstica, seis filhos e onze abortos. Depoimentos de uma médica especialista em tratamento da infertilidade, frequentemente causada por abortos malfeitos, e da advogada Romi Medeiros, tratando dos aspectos jurídicos da questão.

DUAS VEZES MULHER

Brasil, 1985, 12 min, p&b

Direção: Eunice Gutman

Sinopse: Duas Vezes Mulher (1985) mostra através de entrevistas, a trajetória de mulheres migrantes vindas do campo, que constroem suas novas vidas na favela Vidigal, no Rio de Janeiro.

MULHERES: UMA OUTRA HISTÓRIA

Brasil, 1988, 36 min, cor, 12 anos

Direção: Eunice Gutman

Sinopse: Filmado enquanto o Brasil transitava de volta à democracia, após mais de duas décadas sob ditadura, "Mulheres: uma outra história" centra-se nos diversos aspectos da participação das mulheres no cenário político brasileiro e apresenta entrevistas com algumas das 23 mulheres que foram eleitas para a Assembléia Constituinte e que conseguiram obter a aprovação de algumas de suas propostas para a Constituição Brasileira, que estava sendo elaborada na época. O filme apresenta depoimentos da sufragista Carmen Portilho, que recorda a longa história da luta das mulheres para conquistar o direito de voto no país, e de Jandira Feghali e Benedita da Silva, que se tornaram algumas das líderes políticas mais influentes da história do país.

 

Quarta-feira, 04 de junho

17h – CURSO _ Aula 1 - Helena Solberg: trajetória de uma documentarista brasileira

(ministrante Mariana Tavares)

19h30 - Sessão Helena Solberg 3

A ENTREVISTA

Brasil, 1967, 20 min, p&b

Direção: Helena Solberg

Elenco: Glória Solberg

Sinopse: A Entrevista (1966), de Helena Solberg, foi filmado em 1964, ano que marcou o início do golpe militar no Brasil. O filme foi lançado dois anos depois, no auge do movimento Cinema Novo, e gerou um burburinho na estreia devido a seus temas. O curta-metragem de 19 minutos é o resultado de entrevistas realizadas com várias mulheres entre 19 e 27 anos de idade que são da classe média alta. As entrevistadas falam sobre casamento, sexo, virgindade, fidelidade, felicidade, trabalho e os papéis sociais que são atribuídos ou impostos às mulheres. Por trás destas entrevistas emerge um perfil convencional da mulher brasileira idealizado por questões relacionadas à opressão feminina e à repressão militar vivenciada no país. As lentes de Helena Solberg afirmam a presença da mulher no cinema como protagonista, seja filmando, produzindo ou atuando, sempre de forma autoral. Nesse contexto, A entrevista é um documentário que condensa as aspirações de uma geração e de uma sociedade em contínua transformação.

UM FILME PARA BEATRICE

Brasil, 2024, 78 min, cor/p&b

Direção: Helena Solberg

Elenco: Heloisa Teixeira, Rita von Hunty e Helena Vieira

Sinopse: “Como vão as mulheres no Brasil?“. É essa pergunta intrigante, feita por uma jornalista italiana, que Helena Solberg tenta responder através de elementos dos seus filmes, dos anos 60 até hoje. No caminho, encontros com figuras como Heloisa Teixeira, Rita von Hunty e Helena Vieira iluminam algumas frestas desse amplo debate.

 

Quinta-feira, 05 de junho

19h30 _ aérea externa: Sessão Juliana Vicente

AS MINAS DO RAP

Brasil, 2015, 14 min, livre

Direção: Juliana Vicente

Elenco: Negra Li, MC Gra e Karol Conká

Sinopse: No Brasil, as mulheres tardaram a entrar no cenário do rap, e até hoje são raros os grupos ou artistas individuais que alcançaram destaque em suas carreiras. O documentário entrevista mulheres ligadas ao hip hop, abordando o histórico feminino dentro do movimento e dando voz a artistas como Negra Li, MC Gra e Karol Conká.

RACIONAIS: DAS RUAS DE SÃO PAULO PRO MUNDO

Brasil, 2022, 116 min, 16 anos

Direção: Juliana Vicente

Elenco: Edi Rock, Ice Blue, DJ KL Jay, Mano Brown

Sinopse: O documentário dos Racionais MC’s, o grupo mais influente do rap nacional, mostra a origem e a ascensão do grupo formado por Mano Brown, KL Jay, Ice Blue e Edi Rock. Com produção da Preta Portê Filmes, o documentário é dirigido por Juliana Vicente e traz cenas inéditas gravadas ao longo dos mais de 30 anos de carreira, além de entrevistas exclusivas, e reforça o impacto e o legado dos músicos, desde os primeiros shows nas ruas de São Paulo.

 

Sexta-feira, 06 de junho

17h – CURSO _ Aula 2 - Mulheres no documentário brasileiro: panorama e método de análise

(ministrante Karla Holanda)

19h30 - Sessão Kátia Mesel

O SOPRO QUE VEM DO AGRESTE

Brasil, 1990, 6 min, cor

Direção: Katia Mesel

Sinopse: Documentário da série Pernambucanos da GEMA (TV Pernambuco) traz a Banda de Pífano de Biu do Pifi. Biu mostra como faz seus pífanos e toda a transformação da taboca em instrumento musical. A banda alegra os frequentadores da feira de Caruaru, dançando e tocando no meio da população, com roupas coloridas e passos tradicionais.

SÃO JOÃO EM SANTA CRUZ

Brasil, 1987, 8 min, cor, 10 anos

Direção: Katia Mesel

Sinopse: Feito quase imediatamente após a conclusão de Sulanca (1986), em São João em Santa Cruz (1987), Katia Mesel explora mais profundamente a cultura da região de Santa Cruz do Capibaribe registrando as festas juninas locais.

RECIFE DE DENTRO PRA FORA

Brasil, 1997, 15 min, cor, Cópia restaurada

Direção: Katia Mesel

Sinopse: Documentário poético sobre o rio Capibaribe, inspirado no poema 'O cão sem plumas' de João Cabral de Mello Neto. Mostra os diversos aspectos do rio, do mar, da natureza e da cidade com sua miséria, seus pescadores e sua esperança.

SULANCA - A REVOLUÇÃO ECONÔMICA DAS MULHERES DE SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE

Brasil, 1986, 41 min, cor

Direção: Katia Mesel

Sinopse: A Feira da Sulanca continua a existir em Pernambuco, nordeste do Brasil, como um mercado famoso, que vende e exporta artigos para a indústria têxtil nacional. Embora estes mercados já tenham sido um lugar hostil para mulheres, que lutavam para ganhar a vida, a 'Sulanca' de Katia Mesel documenta a revolução econômica das mulheres de Santa Cruz do Capibaribe: costureiras que, através da colaboração e da determinação, conseguiram construir vidas para si mesmas e mudar o cenário socioeconômico de uma das regiões mais negligenciadas do Brasil.

 

Sábado, 07 de junho

16h - Sessão Maria Augusta Ramos

JUSTIÇA

Brasil | Holanda, 2004, 100 min, cor

Direção: Maria Augusta Ramos

Sinopse: O dia a dia do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e seus personagens, promotores, defensores públicos, juízes e réus, oferece ao público uma reflexão sobre o sistema judicial brasileiro e as estruturas de poder vigentes no país. Melhor Filme do Festival Visions du Réel (2004), Prêmio da Anistia Internacional no Festival Internacional de Documentários de Copenhagen (2004)

18h10 - Sessão Tila Chitunda

DESLOCAMENTOS, PARAÍSO E CAOS

Brasil|Suiça, 2020, 8 min, cor

Direção: Tila Chitunda

Sinopse: Morando na Suiça, Tila Chitunda reflete sobre seu lugar no mundo diante da pandemia e faz uma denúncia ao racismo, herança do sistema colonial e escravocrata.

NOME DE BATISMO – FRANCES

Brasil, 2019, 16 min, cor

Direção: Tila Chitunda

Elenco: Frances Ramirez, Fran Markham e Robin Markham

Sinopse: A diretora mergulha no passado de seu pai ao conhecer a freira que ajudou sua família a fugir da Guerra Civil que expulsou muitos angolanos de suas terras nos anos 1970. Eles vieram para Olinda, e, como homenagem, a primeira filha nascida no Brasil ganhou o nome dessa mulher.

NOME DE BATISMO - ALICE

Brasil, 2017, 25 min, cor

Direção: Tila Chitunda

Sinopse: Em 1975, a declaração da independência de Angola iniciou uma longa Guerra Civil. 40 anos depois, Alice, a única filha brasileira de uma família angolana que encontrou refúgio no Brasil, decide ir pela primeira vez à Angola , atrás das histórias que motivaram seus pais a lhe batizarem com esse nome.

FOTOGRÁFRICA

Brasil, 2016, 25 min, cor

Direção: Tila Chitunda

Sinopse: Por meio de um mural de fotografias, Tila Chitunda recria a trajetória de sua família que precisa deixar Angola e se refugiar em Olinda no final da década de 1970 por causa de uma guerra civil. Dividida entre as memórias da família e as manifestações de origem africana que ela encontra em Pernambuco, sua terra natal, a diretora única filha brasileira desta família, vai em busca de suas raízes.

20h - Sessão Jorane Castro

TERRUÁ PARÁ

Brasil, 2023, 100 min, cor

Direção: Jorane Castro

Elenco: Dona Onete, Manoel Cordeiro, Pio Lobato, Os Amantes, Luê, Keila, Trio Manari, Pelé do Manifesto, Bruna BG & Anna Suav, Amazon Crew

Sinopse: Situado no meio da Amazônia, a música do Estado do Pará é sinônimo de leveza e alegria. O filme recria este espírito, desenhando uma estrutura em encenações. Cada uma delas desvendará o universo onde surgiu a música paraense. Terruá Pará registra o momento atual de efervescência cultural, propondo um olhar integrado aos movimentos artísticos no Pará. Os músicos se tornam personagens: Dona Onete, Manoel Cordeiro, Keila, Pio Lobato, Toni Soares, Os Amantes, Luê, Trio Manari entre outros, que interpretarão um espetáculo ambientado em seu lugar de origem, na Amazônia.

 

Domingo, 08 de junho

15h - Sessão Susanna Lira

NADA SOBRE MEU PAI

Brasil, 2023, 93 min, cor

Direção: Susanna Lira

Sinopse: A busca da diretora Susanna Lira pela história de seu pai, que ela nunca conheceu. Filha de um jovem guerrilheiro equatoriano, que veio para o Brasil lutar contra a ditadura militar na década de 1970, ela vai até Quito, terra natal do pai, e expõe sua história para dezenas de veículos da imprensa equatoriana. Em forma de road movie, ela se encontra com possíveis pais que respondem aos anúncios divulgados na imprensa.

17h - Sessão Patrícia Ferreira Pará Yxapy

BICICLETAS DE NHANDERÚ

Brasil, 2011, 45 min, cor

Direção: Patrícia Ferreira Pará Yxapy, Sophia Pinheiro

Sinopse: Uma imersão no mundo Guarani Mbya com todos seus dilemas, na aldeia Koenju, em São Miguel das Missões no Rio Grande do Sul.

TEKO HAXY - SER IMPERFEITA

Brasil, 2018, 39 min, cor, livre

Direção: Patrícia Ferreira Pará Yxapy, Sophia Pinheiro

Sinopse: Um encontro íntimo entre duas mulheres que se filmam. O documentário experimental é a relação de duas artistas, uma cineasta indígena e uma artista visual e antropóloga não-indígena. Diante da consciência da imperfeição do ser, entram em conflitos e se criam material e espiritualmente. Nesse processo, se descobrem iguais e diferentes na justeza de suas imagens. O filme deriva do ato de filmar a outra e a si mesma e refletir sobre essas diferenças e revela Yxa Py como exímia e sensível fotógrafa. Apresentando no Festival de Berlim, em 2020.

19h - Sessão Eliza Capai

INCOMPATÍVEL COM A VIDA

Brasil , 2023, 92 min, cor, 14 anos

Direção: Eliza Capai

Sinopse: A partir do registro de sua gravidez, a diretora Eliza Capai conversa com outras mulheres que tiveram vivências parecidas à sua, criando um potente e tocante coral de vozes que refletem sobre temas universais: vida, morte, luto e políticas públicas que nos afetam.

SERVIÇO:

CINEMATECA BRASILEIRA

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana

 Horário de funcionamento

Espaços públicos: de segunda a segunda, das 08 às 18h

Salas de cinema: conforme a grade de programação.

Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados

 

 

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